Bem vindo aos MARADOS DA TASCA, templo de escárnio e mal dizer, vícios e mulheres, alcool e derivados e, imperterivelmente, culto ao maior clube do mundo

quinta-feira, junho 16, 2005

Momentos de Lucidez II

O afamado escritor português António Lobo Antunes, não obstante a maneira engenhosa como escreve o mesmo livro obra após obra, é um louco a ter em conta (e deve ser também cá da Tasca, não desfazendo!) pelos momentos de lucidez que por entre desvairos vai proferindo. Senão reparem no excerto de uma entrevista dada à Visão há apenas alguns meses:
V: Ainda sonha com a guerra?
ALA: (...) Apesar de tudo, penso que guardávamos uma parte sã que nos permitia continuar a funcionar. Os que não conseguiam são aqueles que, agora, aparecem nas consultas. Ao mesmo tempo havia coisas extraordinárias. Quando o Benfica jogava, punhamos os altifalantes virados para a mata e, assim, não havia ataques.
V: Parava a guerra?
ALA: Parava a guerra. Até o MPLA era do Benfica. Era uma sensação ainda mais estranha porque não faz sentido estarmos zangados com pessoas que são do mesmo clube que nós. O Benfica foi, de facto, o melhor protector da guerra. E nada disto acontecia com os jogos do Porto e do Sporting, coisa que aborrecia o capitão e alguns alferes mais bem nascidos. Eu até percebo que se dispare contra um sócio do Porto, mas agora contra um do Benfica?
V: Não vou pôr isso na entrevista...
ALA: Pode pôr. Pode pôr. Faz algum sentido dar um tiro num sócio do Benfica?