Grandes Bubas XV

Francisco Sarsfield Cabral, uma das eminências parvas da Nação proferiu o seguinte e descabido comentário na sua crónica (ou chorrilho de imbecilidade?) de dia 5/12 no Diário de Notícias:

"Ainda não vi reclamar a eliminação de símbolos maçónicos em estátuas e monumentos nas nossas ruas, por ofenderem os que não partilham tais convicções. E os crucifixos, ofendem alguém? Haja bom senso."

Independentemente da nossa concordância ou não com a medida tomada pelo Ministério da Educação de retirar os crucifixos das salas de aulas nas escolas públicas - medida simbólica de afirmação do Estado laico (logo, eu concordo!) -, a afirmação, toldada de embriaguês parvo-católica (no minímo), deste opinativo remunerado merece os seguintes reparos, num pequeno exercício de decomposição da opinião acima transcrita:

a) o Governo não pretende retirar as cruzes das igrejas, só das salas de aulas - falar em monumentos e estátuas é patético;

b) retirar simbolos maçónicos das escolas seria extremamente complicado uma vez que implicaria o fim de todas as disciplinas que fizessem uso do esquadro, da régua ou do compasso;

c) abolir simbolos maçónicos no nosso dia-a-dia implicaria a dispensa do uso de avental - muito complicado para quem tem de cozinhar ou fazer experiências laboratoriais (se continuarem os cortes orçamentais na Ciência e o dinheiro para batas rarear!);

c) bom senso com afirmações destas?! - tenhamos paciência que esta gente não sabe o que diz.