Lino e Pinho, Companhia de Disparates (i)Lda.

A actualidade do País, apesar de nos parecer tantas vezes trágica, ganha cada vez maiores contornos de comédia, ou não esbarrássemos com um disparate em cada três ou quatro minutos de telejornal.

Entre os muitos disparatados protagonistas, a dupla governativa Mário Lino e Manuel Pinho parece ter conseguido ganhar, nos últimos tempos, alguma vantagem sobre naturais habitués nestas andanças, como Santana Lopes ou Valentim Loureiro.

O que é positivo é que se manteve uma parte dos postos de trabalho na região [Guarda] e garantiu-se a abertura de outros postos de trabalho noutra região do País
Manuel Pinho, 21 de Maio de 2007

Manuel Pinho, actual ministro da economia, pode não ser um bom governante mas é um verdadeiro ás no disparate. Mais a mais, lembra-me sempre o famoso Pamplinas do Buster Keaton porque pode provocar as maiores gargalhadas nos outros sem precisar sequer de esboçar um sorriso. O homem diz sempre as piadas com um ar austero e responsável e até já consta que esse charme faz suspirar por aí muito "mulherio" que recorta as suas fotos do jornal para pregar na parede da marquise junto ao poster do Toni Carreira.

Entre aqueles que serão para sempre os seus disparates de antologia está a célebre tentativa de vender frigoríficos a esquimós, ou melhor, mão de obra portuguesa barata a chineses na China e (a última pérola, se não fosse tão trágica para 500 novos desempregados) o anuncio de transferência de trabalhadores despedidos da Delphi da Guarda para a unidade fabril de Castelo Branco (fica ali mesmo ao lado!!!) quando os lugares já estavam afinal preenchidos há alguns meses.

A margem Sul do Tejo não é uma opção porque é um local onde não há gente, escolas, hospitais, comércio, onde não há indústria nem hotéis
Mário Lino, 23 de Maio de 2007

Bonacheirão e com um reconhecido bom timing na colocação de piadas, Mário Lino é um verdadeiro one man show. O ministro conta anedotas, diverte plateias e pelo meio diz as coisas mais disparatadas que se possam imaginar. Ponto alto do seu percurso de humorista terá sido a sua piada sobre a licenciatura de José Sócrates, provavelmente, e ainda hoje, a piada líder sobre o assunto.

Agora, Lino, na sua obsessão pela Ota (uma anedota cara demais!), decidiu atacar a margem sul do Tejo confundindo-a com o deserto do Sahara. Imagino as gargalhadas que terão soado na Ordem dos Economistas. Imagino mesmo que “jamé” (en français, parafraseando o humorista, ou ministro caso o prefiram) se proferiu naquela sala tamanho disparate, embora os economistas sejam até bem profícuos nisso.

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Milhares de crianças estão desaparecidas.
Talvez se pudesse fazer um pouco mais por todas.
Como não o conseguimos, sublinhamos:
Madeleine McCann está desaparecida há 22 dias.
Convém não esquecer!

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