Bem vindo aos MARADOS DA TASCA, templo de escárnio e mal dizer, vícios e mulheres, alcool e derivados e, imperterivelmente, culto ao maior clube do mundo

domingo, março 05, 2006

10 (de muitos) motivos para não perder tempo com os Oscars

(não obstante uma
madrugada inteira
de bar aberto!!!)
Já lá vai o tempo em que eu, apaixonado pelo cinema, ficava de olhos bem abertos madrugada fora, atento às emissões radiofónicas, em directo de L.A., picando as minhas escolhas e as da Academia de Artes e Ciências de Hollywood (não havia transmissão televisiva em directo, como hoje!). Infeliz, raramente acertava no destinatário do prémio, e depressa percebi que nem meia garrafa de scotch à disposição me fariam aguentar o calvário de assistir a tamanhos atentados à cinéfilia.
Porém, porque hoje é noitada de Oscars, e há sempre uns quantos ociosos que não resistem às lantejoulas e às variedades pirosas, não resisti à tentação de apontar apenas 10 (de muitos) motivos para afirmar que Hollywood é de facto uma farsa – acertivo é Woody Allen que dorme a sono profundo, mesmo quando os seus filmes por lá andam.

1) O mestre Charlie Chaplin venceu (para lá de um Oscar honorário, ou de má consciência, sinónimo da farsa) um único prémio atribuído pela Academia: o de melhor banda sonora por «Luzes da Ribalta», em 1952;
2) O grande filme de Alfred Hitchcock, «Vertigo», nem sequer recebeu uma singela nomeação para os Oscars nesse ano de 1958, em que o musical «Gigi», de Vincent Minnelli arrebatou os principais prémios;
3) Um dos maiores personagens da história do cinema, Michael Corleone, dado à vida filmica pelo inigualável Al Pacino, nunca foi distinguido com o merecido prémio de Melhor Actor (e houve duas hipóteses para o fazer, uma em 1974 e outra em 1991);
4) Em 1976, «Rocky» bateu o incontornável «Taxi Driver» de Martin Scorsese (sim, o vencedor do Melhor Filme era protagonizado e escrito pelo mais atroz dos maus actores de sempre, Sly Stallone);
5) Apesar de distinguido em Cannes, «Apocalypse Now», filme maior da história do cinema, perdeu os Oscars para um pastelão familiar chamado «Kramer Contra Kramer» em 1979;
6) Um ano depois, o grande «Raging Bull – O Touro Enraivecido», também de Scorsese, perde os Oscars para um dos mais corriqueiros filmes que Hollywood ousara produzir, «Gente Vulgar» de Robert Redford;
7) Nessa sequência de lamechice, vulgaridade e oportunidade ser sinónimo de Oscar garantido, a Academia ousou não apontar, em 1986, «Veludo Azul» de David Lynch para Melhor Filme (nomeou, timidamente, o mais alucinante, e alucinado, dos realizadores norte-americanos para o prémio da sua categoria e preferiu destacar, com nomeação para Melhor Filme, uma lamechice inconsequente intitulada «Filhos de um Deus Menor»);
8) Em 1988, Barry Levinson, homem dos grandes estúdios e dos pequenos filmes, era distinguido como Melhor Realizador por «Rain Man» em detrimento de Scorsese, por «A Última Tentação de Cristo»;
9) «Crimes e Escapadelas», uma das obras maiores de Woody Allen, não é sequer nomeado para Melhor Filme de 1989, preferindo-se premiar com os mais importantes dos Oscars uma espécie de telefilme de segunda intitulado «Driving Miss Daisy»;
10) Aquele que, quase unanimemente, todos apontam como o maior filme da década de 90, «Pulp Fiction» de Quentin Tarantino, perdeu os Oscars para o inenarrável «Forrest Gump» de Robert Zemeckis, corria o ano de 1994.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Coisas de americano, amigo.
Este ano até nem tiveram muito mal no melhor filme.
Abraço.

3/06/2006 10:15 da manhã  
Blogger Red Label said...

O ano passado estiveram melhor. E, diga-se, o «Crash» era o mais politicamente correcto dos filmes a concurso.
Abraço

3/06/2006 11:10 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

E este ano lá ganhou mais uma pipineira. Se ganha-se o Brokeback era um escandalo.Valha ao menos o realizador.

Jocas e isto não é assim tão machista ;-)

3/07/2006 10:59 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Ainda dizem k numa tasca nã se aprende nada. Ora toma.

3/07/2006 2:16 da tarde  

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