Para a despedida de Sampaio

Antes da estreia de «Cavaquismo Parte 2 – A Sequela» (desesperem, que já falta muito pouco!), o Presidente Sampaio diz que vai aproveitar os últimos dias de mandato para se despedir dos portugueses.
Ora, como o senhor Presidente não se dignou ainda a informar a Tasca do dia da sua visita, os Marados lançam o repto:

Exmo. Senhor Presidente Jorge Sampaio,
Vimos por este meio solicitar-lhe a marcação atempada da sua visita pois gostaríamos de o receber convenientemente neste humilde estabelecimento. À sua disposição terá umas pataniscas de bacalhau e peixinhos da horta (não se preocupe que não ousaremos apresentar-lhe qualquer derivado de galináceo porque, ao que consta, os tempos não estão para isso; a cozinheira também se recusa a servir coelho, pelo menos desde que leu a notícia do gato infectado!) e um excelente vinho tinto de Pias, produção caseira, servida directamente da pipa para o copo de três. Apesar de não ser legal, temos à sua disposição uma bagaceira branca de vinho verde não rotulada que faz as delícias de qualquer entendido nestas matérias do bota-abaixo.
Apesar de discordarmos nalguns pontos de vista, os Marados, numa atitude democraticamente avançada, encomendaram alguns presentes para que fique registada a sua despedida de Belém e dos portugueses que, de vez em quando, davam por si. Presenteá-lo-emos com uma litografia intitulada «Eu mesmo» da autoria de um artista (sempre) promissor, político semi-aposentado (graças a deus), por quem o Sr. Presidente nutre alguma… consideração (?), Pedro Santana Lopes, de seu nome. Teremos ainda a primeira série de meia dúzia de cassetes áudio que um agente da Judiciária esqueceu numa destas tardes, entre copos e envelopes numerados de um a nove, e que, ao que consta, traz muito material didáctico e elucidativo sobre escutas telefónicas e recantos obscuros deste Portugal que tanto prezamos. Last, but not least, os Marados reservam-lhe ainda um bolo da Madeira, adocicado pelo sempre presenteiro Alberto João com aquelas bocas que tanto nos fazem rir.

Como pode ver, vale a pena passar por cá para se despedir destes tugas da Tasca. E garanto-lhe, salvo as diabruras da conjuntura, que o próximo presidente não terá tanta sorte, a julgar pelas diligências feitas pelo nosso estabelecimento junto das fábricas de cerâmica das Caldas da Rainha!
Aguardamos deferimento, para que a festa comece…