Express Yourself

(ou o

espantoso

drama de

Marisol)

Também de fait divers cores de rosa se faz uma conversa de tasca. Ainda mais quando se assiste ao imperium da injustiça sobre a livre expressão do belo. Nesses casos, o verdadeiro marado da tasca sente que há a necessidade de denunciar e condenar o impropério.
Tudo se passou do outro lado do Atlântico, há alguns dias atrás. A bela e cândida Marisol (mau número mesmo, ter um nome assim) Ribeiro, actriz de telenovela da Rede Globo, não resistiu à aclamação dos cifrões (e, talvez, também ao calor tropical) e subverteu a sua imagem angelical ao pousar ousadamente para a revista Sexy do Brasil. O excelente ensaio da moçoila, sem trajes nem artifícios de maior, surtiu nos patrões de Marisol – os execráveis executivos da Rede Globo – uma valente azia (só?!!!) e, implacavelmente, dispensaram a pobre rapariga do papel de protagonista numa nova telenovela.
Consta que Marisol chorou baba e ranho e o seu empresário terá tentado tudo para provar aos patrões da Globo que o facto da sua representada ter dado o corpo ao manifesto não retiraria um milímetro de credibilidade à generosidade e candura da personagem que cabia a Marisol interpretar.
O mais estranho neste comovente drama real foi o facto de a Rede Globo ter sido tão pouco benevolente para Marisol. É realmente espantoso o que sucedeu, considerando que não há estrela de televisão no Brasil que não ouse pousar tal como veio ao mundo (já aqui o focámos em postagens pretéritas). Ainda mais porque, pecado seria não partilhar e acreditar, como diriam os arautos do preconceito, que toda a nudez será castigada. Abençoada sejas Marisol (só não atino mesmo é com o nome)!
Enfim, aqui fica uma questão: estará o Brasil da Rede Globo a afeiçoar-se assim tanto às regras norte americanas de conduta puritana? Esperemos que não, com certeza!