Bem vindo aos MARADOS DA TASCA, templo de escárnio e mal dizer, vícios e mulheres, alcool e derivados e, imperterivelmente, culto ao maior clube do mundo

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Momentos de Lucidez III

Depois de algum tempo sem termos feito referência a esta nossa rubrica eis que o presente e mais que provável futuro presidente do clube de bairro lumiarense nos brinda com sábias e elogiosas palavras:
«Não podemos ter medo de enfrentar a verdade e, num contexto de rácios, o BENFICA é efectivamente maior do que o Sporting: tem mais adeptos e mais sócios, tem mais títulos conquistados, venceu mais competições europeias. Os sportinguistas não devem negar as evidências, até porque quando queremos ser os primeiros temos de seguir dois princípios: não mentir e ter a referência a abater»
Nós não tínhamos dúvidas, afinal de contas os titulos traduzem esta verdade "lapalissada", mas que é bonito ouvir isto de um lagarto, é inquestionável...!

4 Comments:

Blogger ROBALO said...

Bonito!!! Bonito vai ser no sábado encavar 3 ou 4 nos meninos verdes.

1/26/2006 2:54 da tarde  
Blogger Red Label said...

Muito bem!
Revela-se aqui a sensatez de um dirigente do futebol português.

1/26/2006 5:11 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

HOUVE um tempo em que todo o País colava os ouvidos e a atenção aos apa­ralhas de rádio. Eram as famosas noites europeias em que o Benfica, quando jogava no Estádio da Luz, despachava o assunto nos primeiros 15 minu­tos do jogo. Naquelas noites todos eram benfïquistas. Sobrava ain­da entusiasmo para os jogos da Se­lecção Nacional de hóquei em pa­tins, para os brilharetes dos corredores de fundo do atletismo do Sporting e, mais tardiamente, para a participação do Joaquim Agostinho no Tour.

O domínio do Benfica era es­magador e parecia não ter fim, até porque os benfiquistas inçavam por todo o lado, dominavam por completo os órgãos do futebol e povoavam com raríssimas excep­ções (que eram do Sporting) os jornais, as estações de rádio e pos­teriormente a televisão. Em suma, os encarnados mandavam e dispunham a seu bel-prazer.

O Benfica era um clube do povo, enraizado nas suas frustra­ções, dores e esperanças e fazia gala em se afirmar portador de um portuguesismo sem igual. Na sua equipa brilhavam portugueses de tez escura, oriundos das ditas pro­víncias ultramarinas. Mais ainda, nela não era admitida a entrada de qualquer jogador estrangeiro. O que se coadunava perfeitamente com a ideologia política reinante na altura e dava mesmo jeito face às moções aprovadas na ONU con­tra o colonialismo português. Por isso a sua pujança e apogeu não podiam deixar de ser aproveitadas pelo regime de então. E assim o Benfica, sem que a grande maio­ria dos seus sócios e adeptos o qui­sesse e percebesse, tornou-se uma bandeira, para consumo externo, do poder deposto em 25 de Abril de 1974. Claro que nesta instru­mentalização não esteve só; nela enfileiraram figuras que não vem ao caso nomear.

Gostem ou não os benfiquistas, o declínio do seu clube coincide com a vigência do regime democrático em Portugal. Habituado a um exer­cício de poder inquestionável, o Benfica não esteve à altura dos no­vos desafios e exigências; não con­seguiu acompanhar a transição para uma progressiva democrati-cidade, abertura, transparência e escrutínio das instituições, para uma nova cultura de concorrência e competição assente na compe­tência e mérito dos competidores. Continuou a agir como se as mu­danças no plano político se que­dassem à porta dos outros domínios da vida nacional. Animado por esta mística tem prolongado o estado de latência e dormência, como se não quisesse dar conta de que o suces­so já não vem como dantes; não está reservado de antemão, sendo preciso suar o corpinho e as estopinhas e juntar a inteligência, a vontade e a acção para lá chegar. Sim, o Benfica ainda não aprendeu a dar-se bem com a democracia, as suas regras e implicações.

Os benfïquistas persistem em fazer da sua quantidade uma bi­tola de grandeza e superioridade como garantia e direito para tudo. Cuidam que, por serem em maior número do que os outros, o triun­fo lhes deve ser servido em ban­deja de prata e de mão beijada. Exigem que os governos os dis­pensem do cumprimento das obri­gações fiscais e afins — e fazem até acordos eleitorais nesse sen­tido. Têm muita gente de superior e notável qualidade no vasto rol dos seus sócios, mas preferem ele­ger chefes com credibilidade e res­peitabilidade pouco conhecidas. Esperam que os adversários en­trem em campo derrotados, me­tam golos na própria baliza e que se arredem do seu caminho para os deixar passar. Têm gente de peso e até dar com um pau na Liga e na arbitragem, mas sentem-se ofendidos por não verem os árbi­tros a levá-los ao colo do primei­ro ao último minuto — e, se ne­cessário, para além disso como nos bons e velhos tempos. Têm um treinador que não cessa de exibir a sua gritante mediocridade, mas exaltam embevecidos a arrogân­cia e bazófïa espanholas e deitam fora a humildade e competência lusitanas. Não ganham nada mas andam sempre em festas e cele­brações nas delegações que têm por todo o País. Os comentadores e colunistas, ao seu serviço nos media, são de uma superficiali­dade e banalidade ofensivas, po­rém os benfïquistas gostam de ser iludidos, manipulados e alienados por palavras e proclamações dis­paratadas e prenhes de enlevo e encanto levianos. Enfim, o Ben­fïca deixou perverter o seu ca­rácter popular e tornou-se uma reserva do revivalismo bacoco e insano. Nele os populistas sen­tem-se nas sete quintas.

Quando alguém os chama à ra­zão e lhes diz verdades como es­tas, há benfïquistas que reagem de uma maneira digna e exemplar, para a qual não há exaltação su­ficiente nem elogio que lhe faça a devida justiça. Recorrem a car­tas e telefonemas anónimos com insultos de fino recorte, mos­trando que a sua mística é a mes­ma que ultimamente tão alto tem andado a cotar o País, aquém e além-fronteiras. É fartar vilanagem! Como será belo o futuro construído com as saudades, doenças e vícios do passado!

Isto é que é um momento de lucides!!!

Até sabado e k ganhe o melhor!

1/26/2006 5:14 da tarde  
Blogger Red Label said...

Quem escreveu esta absurdidade? Não queres revelar o autor?

1/27/2006 11:35 da manhã  

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