Verifico, numa fugaz consulta pelos meandros da internet, que o grande prémio acumulado do Euromilhões da passada semana não virá a ser creditado na conta de ninguém. Se a memória não me atraiçoa, estavam em jogo qualquer coisa como 123 milhões de euros, algo que, transposto à nossa antiga e saudosa moeda, representaria cerca de 25 milhões de contos. Ou seja, rico aqui, ali ou em qualquer outra parte do mundo.
Confesso que não era um dos milhões de portugueses que se habilitava ao grande bolo (ou melhor, à pastelaria inteira), uma vez que as minhas movimentações nesta área são feitas em equipa. Mesmo assim, o meu quinhão rondaria a magnífica quantia de 3 milhões e meio de contos, maquia suficiente para fazer de mim um “afortunado excêntrico”, conforme vendem na publicidade.
Por acaso, no sono dos justos, a tentação do dinheiro invadiu o meu inconsciente e polvilhou os meus sonhos. E nesses sonhos, eu tornava-me
euromilhionário e empreendia uns bons tostões a transportar os «
marados da tasca» para os escaparates dos quiosques e papelarias, naquela que seria a publicação para homens mais inovadora da história da imprensa desde que o Hugh Heffner criou a Playboy, mesmo que em português de Portugal. Excentricidades, já se vê!
E como um Marado é um bom camarada, os outros marados não se veriam descurados do panorama excêntrico da loucura do grande prémio. A sua participação activa nos «Marados da Tasca», versão impressa, estaria garantida, mas outros presentes os compensariam.
Ao
Zebedeu, destinar-se-ia a missão de apoio perpétuo ao nosso Glorioso SLB com um magnífico camarote no Estádio da Luz – o melhor de todos – devidamente apetrechado com os melhores produtos embriagantes que se fazem por esse mundo fora. Claro que, à sua disposição, estaria na Catedral tudo o que este ilustre Marado desejasse, desde os serviços mais personalizados aos melhores alimentos. Um jogo do Glorioso assim o exige!
Ao camarada
SLB4Ever não faltaria com certeza a hipótese de renovar perpetuamente o seu cativo na Catedral, mas, a expensas do seu camarada
milhionário, esse distinto benfiquista passaria a conduzir-se no célebre
Audi do Santana (aquele que será colocado em hasta pública muito em breve). Como este camarada não possui carta de condução, e o veículo pela sua imponência o exige, não dispensaríamos os serviços de um motorista especializado em roteiros nocturnos de classe e bom gosto.
O nosso “cavaquista” de serviço, o ilustre
Homem do Leme, necessitado que está de espairecer e clarear ideias, seria encaminhado para o Brasil numa espinhosa missão de alto risco ao serviço da revista «Marados da Tasca». Secretariado pela nossa Miss Playboy
Liliana Queiroz, caberia ao Homem do Leme seleccionar rostos (e corpos) para as capas e páginas centrais dos primeiros números da nossa publicação (o mercado brasileiro é mais receptivo como sabem). Claro que não iríamos descurar, nessa viagem, a possibilidade de colocar o nosso Marado de serviço em contacto com belezas locais já devidamente enaltecidas neste blog. Negociados estariam, na certa, uma entrevista informal q.b. com a
Deborah Secco e um passeio romântico em Ipanema com a belíssima
Marisol Ribeiro. Exclusivos da publicação marada para o público português!
Para finalizar, e não querendo alongar-me em revelações mais precisas sobre a edição impressa dos «Marados da Tasca», revelo desde já que os 125 milhões de euros em jogo na próxima semana serão para mim, e que, após cimentar o público da revista, recuperar o culto da
tasca lusitana e destornar de vez esses pasquins para metrossexuais (refiro-me às Maxmen e companhia), a capa e páginas centrais da nossa revista marada será ocupada pela
Joana Amaral Dias (na foto), que revelará aos portugueses tudo aquilo (sem tabus nem preconceitos) que a levou a trocar o Louçã pelo Mário Soares nas eleições presidenciais de 2006.